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Escolhas e religião

Nasci e cresci em uma família extremamente católica, daquelas que reza antes de comer nas reuniões de família, não assiste nem TV na sexta feira da paixão e vai a Igreja toda semana.  Fato esse que moldou grande parte da minha personalidade atual, sendo

Nas últimas semanas, o assunto das redes sociais gira em torno dos evangélicos, comissão de direitos humanos, pastor Marco Feliciano e temas relacionados a isso. Um dos meus passatempos favoritos é ler os comentários que são postados nos links de fotos, entrevistas e derivados.  Grande parte deles sempre justificando as suas posições e dando exemplos. Sou contra a permanência do atual presidente na comissão e contra a posição que ele e seus seguidores assumem, levando debaixo do braço a bíblia para corroborar seus argumentos.  Será que é certo usar um livro com inúmeras “verdades” pra justificar suas escolhas? que parte disso veio da criação de meus pais e a outra parte dos valores que adquiri junto a religião. Anos mais tarde, decidi que a religião não era algo que se encaixa naquilo que eu acreditava e tinha fé, nem a católica, nem a evangélica, nem qualquer outra. Não era pra mim. Entretanto, nunca neguei a grande importância que a catequização teve e tem em minha vida.  Quando se é criança limites são necessários. Roubar, ofender, desobedecer pai e mãe, brigar, entres outros é errado; ser justo, honesto, caridoso, bom com os outros, saber dividir é certo. São regras simples a se passar para uma criança, que moldam os valores que carregamos para a vida toda. E nessa fase, a religião é uma grande aliada aos pais e a sociedade. O problema se encontra quando o limite entre fé e fanatismo é cruzado.

Não sou nenhum teólogo, muito menos tenho o conhecimento básico sobre a Bíblia. Tudo que aprendi foi indo a missa, na catequese e em um início não muito bem sucedido da crisma. Porém, sei o suficiente pra saber que se trata de um livro escrito a centenas de anos por homens, em uma época totalmente diferente, com valores e sociedade totalmente destoantes da atual. Sendo assim, o que nos é passado hoje é uma interpretação que cada religião cristã tem da Bíblia – fato esse justificado pelo fato de que o mesmo livro deu origem a crenças diferentes -, além disso, todos sabem de algumas imposições absurdas que a mesma traz como homens não poderem fazer a barba, não se poder comer fruto de árvores com menos de 3 anos, etc.  Mais uma vez o ser humano, por meio de seus representantes da fé, selecionam desse livro aquilo que desejam usar a seu favor, como por exemplo a homossexualidade como pecado.  E a minha pergunta é: o que faz alguém se achar tão importante a ponto de decidir o que da Bíblia é importante para a sua sociedade ideal e o que não é?

Tenho vários amigos, alguns deles muito próximos, que fazem parte de congregações cristãs evangélicas e católicas, e ainda assim não criminalizam aborto, homossexualidade e legalização da prostituição como profissão. O que diferencia esses meus amigos dos outros participantes dessas igrejas? Voltando aos comentários da internet, é muito fácil se deparar com o taxado “está escrito na Bíblia, não fui eu quem disse”. Volto a dizer que a Bíblia diz muitas coisas, e o responsável por escolher aquelas as quais você aceita como sua verdade não é de Deus, nem de um ou outro pastor ou padre que não merecia esse posto. A responsabilidade é sua e somente sua. O fanatismo, o desespero ou a carência fazem com que algumas pessoas entrem em um mundo sem opinião própria, se tornem esponjas sugando tudo àquilo que é passado a elas sem usar o bom senso pra discernir o que de fato é aplicável à vida e a sociedade em que elas se encontram. Esse fanatismo também as impede de querer aprender, de estar abertas a novas descobertas.  Então, se você é contra o casamento homossexual, se você é contra o aborto, se você acha que um local onde um travesti trabalha não é um lugar de família, honre a sua opinião. Seja homem ou mulher suficiente pra assumir a sua palavra. É muito fácil e cômodo jogar a culpa em Deus, falando que ele disse isso ou aquilo. Jogar a culpa nos outros é sempre a saída mais fácil.

Ainda sobre justificativas dadas, agora mais especificamente sobre os GLBT, eu tenho PAVOR de gente que quer usar genética pra defender valores cristões. Ser homossexual é passível de escolha porque nunca foi encontrado um gene gay? Porque quando se tem dois irmãos gêmeos um é gay e o outro não é o necessário pra comprovar a sua teoria? Sério, gente, vamos parar de inventar.  Conte-me mais sobre o que a base criacionista tem a dizer da genética quando ela defende que o homem evoluiu de um organismo microscópico passando pelo macaco? Essa parte não é interessante, porque segundo a igreja o homem foi criado por Deus em estado perfeito, e a mulher veio a partir da costela desse homem perfeito.  Escolhas, escolhas, escolhas.

Às vezes as pessoas não se dão conta do quão contraditório suas ações e palavras são.  Isso é resultado de uma fé cega, que não permite a avaliação da situação como um todo, limitando a utilização de tudo que de bom possa sair dali. Não tenho nada contra religiões, apesar de não ter a minha. Eu tenho contra gente sem opinião, sem força de vontade, que aceita tudo que é imposto sem indagar, sem questionar e sem ver o mal que pode causar ao outro.  Utilizando-se de justificativas sem sentido para defender opiniões antiquadas.  Não acho que ninguém é obrigado a gostar de tudo, mas é obrigado a respeitar. E a partir do momento que aquilo não influencia na sua vida, recue e fique de fora dessa luta.

Voltando para o público GLBT, a sua opinião e a sua imposição não vai afetar o sentimento que existe um pelo outro, não vai mudar a sensação de estarem casados ou não. Se você acha que a família vai “acabar” quando casais homoafetivos  puderem se casar, saiba que no fim das contas não faz diferença nenhuma. Quem tiver que ser gay, lésbica, travesti ou bissexual será de qualquer jeito, você deixando ele se casar ou não.  O desejo dessa minoria  é o direito de construir uma vida judicialmente juntos, ter direito a plano de saúde para cônjuges e outros benefícios que não envolvem, em nenhuma atmosfera, valores morais.  Por favor, tire o seu preconceito da frente porque eu quero passar com o meu amor.

Imagem

 

Vem soleníssima, 
Soleníssima e cheia 
De uma oculta vontade de soluçar, 
Talvez porque a alma é grande e a vida pequena, 
E todos os gestos não saem do nosso corpo, 
E só alcançamos onde o nosso braço chega, 
E só vemos até onde chega o nosso olhar. 

Vem, dolorosa, 
Mater-Dolorosa das Angústias dos Tímidos, 
Turris-Eburnea das Tristezas dos Desprezados. 
Mão fresca sobre a testa em febre dos Humildes. 
Sabor de água sobre os lábios secos dos Cansados. 
Vem, lá do fundo 
Do horizonte lívido, 
Vem e arranca-me 
Do solo de angústia e de inutilidade 
Onde vicejo. 
Apanha-me do meu solo, malmequer esquecido, 
Folha a folha lê em mim não sei que sina 
E desfolha-me para teu agrado, 
Para teu agrado silencioso e fresco.

 

Álvaro de Campos

Retomada

Fica óbvia a necessidade do hábito quando me é proposto escrever sobre minha agonia (a espera pela divulgação da lista de aprovados na UFG) e nem isso consigo. Entenda, tá pra nascer alguém que goste tanto de reclamar como eu gosto. Resolvi, então, escrever sobre o que me passar pela cabeça só pra tentar retomar o jeito e o gosto pela escrita.

Chega de saudade! Já deu no saco essa minha playlist cheia de músicas em inglês e sotaques de outros países, tenho sentido falta do meu velho e bom português nas músicas que escuto. Decidi: quero mais Orquestra Imperial, Chico, Caetano, Novos Baianos, Mombojó, Móveis, Mutantes, Los Hermanos, Pato Fu, Cachorro Grande, Bidê ou Balde, Tom, Elis, etc, etc e etc. E aceito sugestões. Essa saudade me leva a outra saudade…

Tenho, no momento, dois amigos viajando na África. Uma maluca que resolveu visitar países cheios de conflitos e um maluco que resolveu cuidar de leões. Sou dessas amigas corujas que sentem o peito inflar de orgulho quando pensa nos amigos. Mas o que quero dizer é que a tal maluca, mais conhecida como Taís, é minha companheira pra eventos culturais em geral e tenho sentido falta das nossa idas a shows de “música brasileira”. Não achei definição melhor e aceito correções. Recomendo a todos entrar pelo menos uma vez na vida em uma ciranda. Pra quem é de Goiânia, a dica é ir a shows dos Passarinhos do Cerrado e deixar a vergonha de fora.

Meus lindos na África

Minhas metas pra esse ano são: voltar ao twitter e tentar transformar aquilo em uma forma de me informar e de me manter próxima de quem quero bem, dar um limpa nas minhas incrições no reader e retomar a leitura como parte do dia-a-dia e levar mais a sério pelo menos um dos vários blogs que já criei e abandonei durante essa vida. Agradeço à inveja branca que senti do blog de uma das minhas futuras veteranas e à empolgação da Júlia, colega de Coisa Inútil, pelo empurrãozinho pra começar a tornar real uma das metas. Espero que o blog volte à ativa definitivamente em breve.

Como sempre, foi um prazer escrever.

São exatamente 3:10 da manhã and here I am. Isso é pra aprender a parar de ver filmes de madrugada. Tudo que  passava na minha cabeça se resumia a um assunto: why not with me? As pessoas normais têm como meta de vida achar um namorado ou namorada que preencha um espaço que disseram pra eles que existe dentro dos seus respectivos peitos, essências, âmagos… (Não interessa o nome dado) E, a partir dessa informação, saem a procura desse seu preenchimento. Muitas das vezes acham; algumas dessas vezes, não merecem.

Você vê pessoas felizes (de verdade ou fingindo), vivendo esses seus romances  e deseja uma experiência  igual pra si. Você tem inveja. Por que não é você quem está passeando na rua de mãos dadas – às vezes até sem saber o que faz, só mesmo pra sentir que aquela pessoa está do seu lado? Eu quero uma pessoa pra poder discutir as cores do dia, pra rir da cara dela quando ela fizer uma careta ridícula, pra poder ver um filme romântico e depois pensar que você tem o seu home-made script, pra ficar preocupado em escolher um presente pensando na reação daquela pessoa quando abri-lo, pra poder viver a vida dela em relação a suas futuras atitudes.

É claro que existem amigos que estão com você em situações parecidas ou até iguais às descritas acima, mas o que eu e muitas pessoas procuramos é um toque a mais em todas essas ações. Desejamos ocupar o outro lado do nosso cérebro com essa pessoa (Sim, o cébebro. Eu não sei quem foi o retardado que disse que a gente ama com o coração. O que a gente sente no peito é uma reação física de vasoconstrição ou vasodilatação acarretada por uma liberação de hormônios e/ou substâncias específicas. Ceticismo mandou um oi pra todo mundo, beijos). Desejamos uma pessoa pra poder citar aquela frase de filme ou aquela letra de uma música que uma vez você escutou ou viu e se imaginou falando pra aquela pessoa.  Aquela  que você saberá que é a que você achou pra si; a sua pessoa. Desejamos entender de uma vez por todas o signifcado da expressão fazer amor.

Tudo é muito clichê? Muito cafona? Sim, mas porque não? Eu quero uma dose de cafonice na minha vida, uma dose de breguice, whatever. Óbvio que eu não quero sair por aí abrindo portas de carro pra ninguém, muito menos fazer serenatas em janelas alheias, mas eu quero a intensidade que as pessoas de épocas passadas diziam sentir (pelo menos os filmes dizem isso e eu gosto de acreditar),  numa época em que você tinha que c-o-n-q-u-i-s-t-a-r alguém, e a conquista é a parte do processo que mais me encanta.

Eu sei que nunca vou sair por aí gritando eu te amo pra ninguém, muito menos usar técnicas de namoro atuais como sair colocando fotos com declaração de amor em sites de relacionamento, aliança de compromisso and that kind of stuff. Pra mim, é suficiente saber que existe a cumplicidade e, acima de tudo, a lealdade; saber que de um meio ou de outro você está conectado àquela pessoa e, por mais que tente fugir disso, você não consegue.  Espero ansiosamente o dia em que direi minha frase preferida de gossip girl pra alguém (frase-título do texto), cantarei minha feel-good song ou simplesmente demonstrarei a frase ” I’ll be there for you”. Só nos resta esperar.

*Nota mental que virou escrita: eu não sei quem é essa pessoa que escreveu isso e o que ela fez com o outro ser que residia nesse corpo, mas… é isso ai :D. E eu sei fazer parágrafos, só que eu não consegui separar as frases e também não queria e como eu não to nem ai pra estética mesmo, vai ficar assim.

“Cause all of the stars
Are fading away
Just try not to worry
You’ll see them some day
Take what you need
And be on your way
And stop crying your heart out”

Se você alguma vez na sua bela existência, ao ver uma cena embaraçosa (cena embaraçosa = alguém peidar na sala, escorregar e cair de bunda no meio do colégio,  sentar em um chiclete, Joel Santana dando entrevista em inglês, etc), não ficou somente com vontade de rir, mas, também,  com uma sentimento ruim dentro de você; uma vontade LOUCA de olhar pro lado pra não se sentir no lugar daquela pessoa; uma vontade de sair correndo daquele lugar pra não ver como a história irá terminar, >NÃO SE ASSUSTE< , querido leitor, você não é um E.T.  Essa sensação é muito comum e é conhecida como vergonha alheia ou V.A. para os íntimos 😀

Vergonha alheia pode ser defenido como um sentimento forte e involuntário que assombra a mente das pessoas que possuem bom senso, geralmente, e na mente daquelas pessoas que, infelizmente como eu, têm a mania de se imaginar no lugar dos outros.  Ela pode aparecer por meio da televisão, computador, textos e na vida real, caros amigos.  Conclusão: cuidado ao respirar, a V.A. pode te atacar a qualquer expirada.

Como um adepto assíduo do movimento Vergonha Alheia, fiz um top 5 das coisas que mais nos fazem querer esconder a cabeça dentro do travesseiro e nunca mais sair de lá:

Em quinto lugar: Vídeos do Youtube

Os campeões nessa categoria são os que as pessoas falam nos vídeos Como fazer 1, 2, 3… 1000. Elas insistem em ser engraçadas e em querer aparecer, quando, na verdade, elas estão expondo o seu belo rosto a humilhação nacional e , talvez, internacional. Sério, como alguém tem coragem de fazer isso? É ter amor próprio demais, minha gente.

Em quarto lugar: Orkut de pobre Inclusão digital


Nóix ahazando na Abelwolks!

Nóix ahazando na Abelwolks!

Só pra esclarecer aqui: nada contra pobres, ok? Quando eu falo “orkut de pobre” me refiro ao estilo de orkut. Tem coisa pior que gente que tira foto de ladinho, colocando linguinha pra fora e fazendo algum sinal brega com a mão? E o pior, usando a melhor roupitcha do guarda roupa: aquela calça podre DIXCOLADA da Colci (sic) e aquela blusinha M-I-N-Ú-S-C-U-L-A da Zump (sic) lotaaaaaaaada de brilho (lantejoula, strass, glitter). Outra coisa muito presente nesses perfis são as fotos do lado do guarda-roupa, nos espelho de algum bar marrómenu e as fotos “pagando de gatinha”. É tenso, pessoas. TENSO.

Em terceiro lugar: Progama do Raul Gil

superstars!

Superstars!

Eu imagino a cara dessas meninas quando crescerem e descobrirem que as suas mães frias, desalmadas, sem coração, as fizeram ir no progama desse velho gordo tosco só pra arrancar um dinheirinho a mais pro churraskim da laji. Na boa, eu matava a minha mãe. Se tem uma coisa que eu não suporto é esse tipo de progama, e o Raul Gil é o number 1 na lista dos mas odiados. Eu tenho que mudar de canal pra minha vergonha alheia não explodir. As mini-Sheila-Carvalho, mini-Carla-Perez, mini-qualquer-coisa terão sérios problemas quando crescer (ou vão continuar bregas for all the life).

Eis o nosso vice-campeão. Em segundo lugar: Carros de love song

LOUCURAS DE AMOR.jpg

LOUCURAS DE AMOR

CONFESSA que quando você ouve aquela música ridícula romântica de fundo e um homem que acha que tem voz sensual dizendo frases do tipo “eu te amarei pro resto da minha vida”, “você é o meu tudo, sem você não sou nada” e “você é o sol que ilumina a minha vida” não dá uma vontade de ir lá e botar fogo naquela bagaça. O pior de tudo é o começo, quando eles falam o seu nome sensual e calmamente. NOSSINHORA DA PADARIA ME SALVA!

Dica para os meus amigos: se quiserem continuar sendo meus amigos, NUNCA me mandem uma coisa dessas. Eu saio andando e falo “nossa, mas esse andré é brega, hein?”. Sério mesmo.

AND THE OSCAR GOES TO:  Mãe dançando

filho, to gata, né?

Filho, tô gata, né?

Mãe, dança e público são três coisas que definitivamente não combinam. Quer dizer, combinam se a intenção for te matar de vergonha. Já viram Ursinho Pooh, né? Então, toda mãe se inspira no Tigrão pra dançar. Não tem o mínimo ritmo, a mínima cordenação motora e , muito menos, noção do que está fazendo. Elas estão ali na pista de dança é pra SIJOGAR (ainda mais se já tiverem tomado aquele alcohol amigo).  Se sua querida mom for dançar algo que não seja forró, bolero, valsa e essas coisas mais chatas, FUJA do local. Ver a sua mãe descendo até o chão – ou ao menos tentando – não é uma coisa muito agradável.

Dicas coisainutil: o alvo preferido das senhoras que nos pariram são em festas de família. Keep your eyes open.

E por aqui se encerra um post do coisainutil, mas lembre-se : pior que sentir vergonha própria, só sentir vergonha alheia.

Prazer, meu nome é Neo.

É óbvio que toda fase na vida tem um ápice e que, invariavelmente, tudo passa. Quase todos os clichês escondem uma verdade daquelas bem claras das quais a gente foge a vida inteira, na tentativa de afirmar pra si mesmo que é diferente dos outros quinhentos e cinqüenta e dois zilhões de habitantes do mundo.

O cinema nos fez acreditar que somos todos especiais. Independente do que façamos durante a vida, sempre vai haver um jeito interessante de contar a história de alguém, mesmo que esse alguém tenha sido um bosta.

Não sei se concordo com o que acabei de escrever ou se tenho vergonha de assumir que concordo porque levantar a bandeira do “oi, sou diferente, sou mais legal que você e por isso não faço questão de te conhecer” foi algo que eu sempre fiz, seja por achar mesmo que certas pessoas não acrescentariam nada na minha vida ou seja pra justificar o fato de saber que passo completamente despercebida pra muita gente por aí.

Daí que, juntando o que você acabou de ler e lembrando que, enquanto perdemos tempo com internet, uma boa parte da população está procriando, que a China tem numseiquantos bilhões de habitantes e que, por segundo, deve nascer uns trinta lá no Nordeste sem antena parabólica (ou uns dois filhos de Francisco aqui no nosso Cerrado gato), eu acho que você também chega a mesma conclusão que eu,  que é a de que VÉI, TEM GENTE DEMAIS NO MUNDO.

Então, eu te pergunto: cada ser, desses zilhões que vivem na Terra, é especial? Cada ser é único, diferente?

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a) Deus tem uma quantidade infinita de moldes

b) os livros de autoajuda são uma farsa

c) é isso que dá levar tudo ao pé da letra

d) tem alguma coisa muito errada nesse modo de pensar

Tá na moda fazer filme de gente loser e rola toda essa identificação porque a indiferença é um dos sentimentos mais dolorosos de se agüentar já que dói bem lá no meio do seu ego (hehe). Contar de maneira poeticamente exaltada uma história simples é um jeito que encontramos de dar luz à mediocridade nossa de cada dia. E, até aí tudo bem. O problema é que se todo mundo achar que é O Escolhido, não vai sobrar ninguém pra fazer figuração.

Sigam-me os bons

Nunca antes quis fazer um texto sobre o twitter porque, sinceramente, não acho que seja necessário ou que eu vá dizer algo de relevante. Aliás, todas as vezes em que pensei em falar sobre o twitter foi para tentar explicar o que ele é ou para “defendê-lo” (ou para explicar e defender, porque a resposta-padrão pós-explicação é “que tosco!” ou “pra que você tem isso?”). Mas como não vivo de coisas necessárias ou relevantes (não mesmo!), hoje resolvi dizer aqui no Coisa Inútil o que acho do twitter.

Recentemente, o “Trending Topics” foi incorporado ao twitter e, com isso, posso ver em tempo real (olha sóam!) quais são os tópicos mais “discutidos” no twitter. Tem muita coisa inútil, tem muita gente paranóica por causa da gripe suína e, às vezes, aparecem coisas interessantes. Bem de vez em quando.

Aliás, pausa na linha de raciocínio pra iniciar outra: essa é a alma do twitter! Diga o que quiser, foda-se se é interessante ou não, tem louco pra dar follow em qualquer pessoa. Não se sinta culpado se você nunca põe links de coisas super bacanas que só você no mundo viu, não fique triste se alguém não te segue de volta e, acima de tudo, não fique incomodado por ser tão egocêntrico (o twitter te mostra BEM isso, viu).

Pronto, voltamos à programação normal. Foi então que hoje, lendo o que twittaram na minha ausência (sim, eu leio tudo o que as pessoas que sigo dizem), vi a tag #whyitweet nas Trending Topics e, ao clicar, vi um monte de gente dizendo porque twitta. Conheço gente que parou de twittar quando pensou nisso, disse que viu quão idiota é ao reler o que twittava. Gente, sério? Tônemaí [/Luka], eu digo muita merda no twitter, eu digo muita merda no meu blog e eu digo muita merda na vida real. C’est la vie! Todo mundo diz muita merda, não tenho que ser nenhuma intelectual pra ter um twitter. Ok, assumo, já pensei em cometer twittcídio (twitter + suicídio) por motivos esdrúxulos, mas hoje sou uma pessoa esclarecida. Será que agora, sendo assim, posso ter twitter sem peso na consciência? 😉

Agora a segunda parte do post: O desabafo que não coube nos 140 caracteres a mim disponibilizados no twitter. Isso de não caber o que quero dizer acontece com freqüência e, como não gosto de dividir em mil partes, acabo desistindo. Mas não hoje, leitor imaginário, não hoje! Hoje me deu aloka e eu resolvi que queria escrever. Hoje, pelos twitters da vida, vi que o Noel Ursinho Gallagher disse no blog oficial do Oasis que não sabia o que queriam provar fazendo shows em lugares como Curitiba e Porto Alegre, se referindo à pequenez dos lugares em que fizeram shows nessas cidades. Mas como tudo o que os Gallagher dizem é belamente distorcido, a galherinha do twitter resolveu que o Ursinho estava falando mal das cidades e pronto, retwittaram all day long a frase infeliz dele. O que ninguém diz é que depois ele pediu desculpas e disse “I speak directly to you people of South America. You have been truly amazing. It’s been a privilege to play for you. The memories of this little tour will live with me for a long time. Mucho gracias and obrigado. Hasta luego.” também no blog oficial da banda. A minha teoria é: as pessoas adoram odiar Oasis. E isso é ok, desde que não goste do som da banda, mas não me venha dizer que não gosta da banda porque os Gallagher são grossos ou “metidos”. Não dá pra respeitar quem nunca ouviu a banda e vai na onda dos outros, né? Mas agora é sério…

Noel Ursinho Gallagher

...tem como odiar um ursinho desses?

PS: Sim, existe o verbo “twittar” (pelo menos pra quem twitta, existe). No twitter você não adiciona alguém, você “segue”. Ah, siga-me se for capaz 😉

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Derrubei todos os livros da estante atrás do computador de novo.

Quando chego em casa, eu sempre deixo a bolsa no sofá e o tênis do lado da porta e eu não sei por que os controles remotos me odeiam tanto. Força maior os impede de ficarem suspensos em minhas mãos por mais de cinqüenta segundos e, quando caem, as pilhas sempre vão para um mundo paralelo inacessível.

Nunca vou te abandonar, trema. Espero ser alguém importante, no futuro, pra poder dizer, bem alto: ” Trema, te amo, nenhuma reforma imbecil tirará você do meu coração!”. Ta aí algo pelo qual compensaria fazer uma revolução: o trema.  Mas as gráficas já estão superlotadas produzindo camisas do Che e do Obamis, então minha luta fica pra próxima…

Bon Jovi é meibrega, mas eu gosto. Dia desses, eu sonhei que Wolverine tinha perdido os poderes e acordei mal. Um que eu devia ter coisas mais interessantes pra sonhar e dois que o único poder importante do Wolverine é a regeneração (nem vem, super olfato não conta porque é extremamente sem graça), e seria muita injustiça tirar isso dele.

Comprei uma bolsa gigante pra poder carregar o livro que eu tô lendo no momento. Nunca se sabe quando vou ficar sem nada pra fazer, logo o livro é uma garantia de não precisar conviver, assim, não espontaneamente, com os próprios pensamentos.

Eu nunca sei direito o que estou perdendo, mas é que a gente sai sempre perdendo (e muito) porque tem que escolher um lado pra olhar. Bilhões de lados versus dois olhos e um cérebro; é injusto também. E quando se tem dois olhos sonsos e um cérebro com sérios problemas de assimilação? Ah, fih, aí o campo de visão é mais limitado ainda [Oi, meu caso].

Adoro filmes com finais em aberto, mas odeio essa expressão. E odeio esses filmes também, entende? Dá pra medir o valor de uma coisa pelo modo com que ela termina. Mas o problema das trilhas sonoras dos filmes é quando a música entra como narrador. A situação acontecendo lá e a música explicando… Bleh, sem graça.

Quando o filme acaba acabado, as personagens morrem com o final. Quando acaba acabando, elas continuam vivas até que a gente lhes dê um fim apropriado.

Quando eu fizer um filme, ele vai terminar com reticências.

Depois das reticências, existe um mundo bem bacana…

O Bom Selvagem

Não pretendia nem comentar no post do Ândre, já tinha lido e não soube o que dizer, foi como se tudo o que eu pudesse falar fosse a coisa mais óbvia do mundo. “Também adoro animais, hehe”, “Awn, que graxinha!”, whatever. Mas tudo mudou quando, nesta bela manhã de domingo, assisti pela nãoseiqualnúmero vez o filme “Tarzan” da Disney. Eu ainda tentava correr com os olhos pelas legendas e perdia um monte de finais de frases quando vi Tarzan pela primeira vez, no cinema, no longínquo ano de 1999. Adorei, devo ter comprado todos os “chocolate surpresa” da Nestlé que vinham com cards do fime. Mas hoje, pela primeira vez, pensei o filme e não fiquei só presa nas emoções calculadas (não que eu não tenha me emocionado, quem não morre de raiva do Kerchak e da cara de cu dele pro Tarzan não tem sentimentos, na boa).

Quando o Ândre me contou a história do casal fofo (ha!) de hipopótamos, pensei quão Romeu e Julieta o final deles foi. Ok, com algumas adaptações, é claro. Mas quem não se surpreende com uma história dessas? O amor, um sentimento que julgamos tão “humano”, sendo causa mórtis de um animal “selvagem”. Irônico, não? Aí entra o Tarzan, o “menino da selva” que se mostra muito mais “civilizado” (ha!) do que o inglês Clayton, criado na civilização. Isso sim é irônico, o “homem civilizado” sendo mais animalesco do que o menino criado na selva, junto dos animais. Essa relação “homem da selva (com sentimentos nobres) x homem (civilizado) selvagem” fica óbvia em uma cena incrível (!) em que o Tarzan, protegendo os gorilas (sua família) dos homens (caçadores), aponta uma arma para o Clayton, este diz “seja homem!” e Tarzan responde “não homem como você” e quebra a arma.

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Nos julgamos muito civilizados, muito racionais, muito ishpertos e o que vemos hoje é muita evolução às custas de destruição (da natureza e do próprio homem, dos próprios valores que tanto gostamos de chamar “humanos”). Pode soar clichê, mas é assim que penso. A história da Fofinha, hipopótama que morreu pseudo-literalmente de amor, choca tanto porque vemos nela algo que não vemos no ser humano. Não sou nenhuma ativista sem noção do PETA, não vou jogar tinta vermelha no seu casaco de pele ou pedir pros Pet Shop Boy trocarem de nome, mas confesso que às vezes prefiro os animais aos humanos. Diz se de vez em quando, assistindo a jornais pela TV ou lendo notícias pela internet, não dá uma vontadezinha de fazer que nem a Jane e o professor Porter e levar o fugere urbem a sério?

P.S.: Quem ficar meio sem entender por não lembrar do filme e quiser relembrar a infância, achei um site que conta toda a história. Se não se importar do site ser meio brega, clique aqui e volte no tempo.
P.S.2: Outra dica que dou é este post sobre os filmes ótimos do ano de 1999.

In memorian

fofão, RIP.

fofão, RIP.

Há alguns belos quarenta e um dias, Fofão, o macho alfa do grupo de hipopótamos do zoológico de Goiânia, faleceu. Ele era um membro quase honorário daquele lugar. Atração principal de circo, sabe? Então, esse era o Fofão. E olha que eu não deveria ter nenhum sentimento por esse hipopótamo, pois ele foi levado pra minha sala de anatomia (faço veterinária) e ficou exalando o seu belo cheiro por lá durante alguns dias INTERMINÁVEIS.

O que tem de estranho nisso? Um hipopótamo nasceu, cresceu, reproduziu e morreu. Seguiu o curso natural da vida. Só nos resta sentir saudades (aos que gostavam dele, claro).  Apenas um detalhe curioso torna essa história bacana e diferente…

“O hipopótamo fêmea conhecido como Fofinha morreu em Goiânia, nesta quinta-feira (23), pouco mais de um mês após perder seu companheiro, o hipopótamo Fofão. De acordo com o veterinário Raphael Cupertino, diretor do Parque Zoológico de Goiânia , o animal estava no zoológico há 27 anos e estima-se que ele tivesse 30 anos de idade. Cupertino afirma que Fofinha deixou de comer depois da morte de Fofão. Além disso, exames detectaram um tumor na mama do animal e um edema pulmonar. O hipopótamo foi doado para a Universidade Católica de Goiás, onde será empalhado. O esqueleto de Fofão, que morreu há 40 dias, ficará exposto no próprio zoológico.”

Essa é uma matéria do jornal “O Popular” que fala sobre a morte de Fofinha, companheira de Fofão. Eles estavam juntos há muito tempo, e construiram uma família grande e bonita no zoo, deixando até netinhos por lá. Depois que o seu homem morreu, a hipopótinha, entrou em uma depressão mui profunda. Ela se isolou do grupo, não comia, não respondia aos carinhos do seu tratador, não fazia nada. Ela estava de luto, tadenha. O seu companheiro da vida toda, pai dos seus filhos e amor da sua life, tinha morrido.

O que me choca é o fato de ainda me perguntarem porque eu faço veterinária. Véi, bicho é a coisa mais linda do mundo.  Olha isso, fih. Um morreu de depressão porque o seu companheiro morreu. Ela morreu pseudo-literalmente de amor. Como não ficar impressionado com uma coisa dessas? E não são só os hipopótamos, existem outros animais que demonstram amor e respeitos que são dignos da nossa submissão. Eles demonstram lealdade uns com os outros. Não todos, claro.

Enfim, eu estou aqui pra expressar o meu amor infinito pelos animais (com exceção dos gatos) e o meu respeito por eles. Apesar de não terem um raciocínio tão desenvolvido quanto o do humanos, eles tem um lado sentimental muito FODA. Isso que me encanta neles. Beijos, Bial.