Não pretendia nem comentar no post do Ândre, já tinha lido e não soube o que dizer, foi como se tudo o que eu pudesse falar fosse a coisa mais óbvia do mundo. “Também adoro animais, hehe”, “Awn, que graxinha!”, whatever. Mas tudo mudou quando, nesta bela manhã de domingo, assisti pela nãoseiqualnúmero vez o filme “Tarzan” da Disney. Eu ainda tentava correr com os olhos pelas legendas e perdia um monte de finais de frases quando vi Tarzan pela primeira vez, no cinema, no longínquo ano de 1999. Adorei, devo ter comprado todos os “chocolate surpresa” da Nestlé que vinham com cards do fime. Mas hoje, pela primeira vez, pensei o filme e não fiquei só presa nas emoções calculadas (não que eu não tenha me emocionado, quem não morre de raiva do Kerchak e da cara de cu dele pro Tarzan não tem sentimentos, na boa).
Quando o Ândre me contou a história do casal fofo (ha!) de hipopótamos, pensei quão Romeu e Julieta o final deles foi. Ok, com algumas adaptações, é claro. Mas quem não se surpreende com uma história dessas? O amor, um sentimento que julgamos tão “humano”, sendo causa mórtis de um animal “selvagem”. Irônico, não? Aí entra o Tarzan, o “menino da selva” que se mostra muito mais “civilizado” (ha!) do que o inglês Clayton, criado na civilização. Isso sim é irônico, o “homem civilizado” sendo mais animalesco do que o menino criado na selva, junto dos animais. Essa relação “homem da selva (com sentimentos nobres) x homem (civilizado) selvagem” fica óbvia em uma cena incrível (!) em que o Tarzan, protegendo os gorilas (sua família) dos homens (caçadores), aponta uma arma para o Clayton, este diz “seja homem!” e Tarzan responde “não homem como você” e quebra a arma.
Nos julgamos muito civilizados, muito racionais, muito ishpertos e o que vemos hoje é muita evolução às custas de destruição (da natureza e do próprio homem, dos próprios valores que tanto gostamos de chamar “humanos”). Pode soar clichê, mas é assim que penso. A história da Fofinha, hipopótama que morreu pseudo-literalmente de amor, choca tanto porque vemos nela algo que não vemos no ser humano. Não sou nenhuma ativista sem noção do PETA, não vou jogar tinta vermelha no seu casaco de pele ou pedir pros Pet Shop Boy trocarem de nome, mas confesso que às vezes prefiro os animais aos humanos. Diz se de vez em quando, assistindo a jornais pela TV ou lendo notícias pela internet, não dá uma vontadezinha de fazer que nem a Jane e o professor Porter e levar o fugere urbem a sério?
P.S.: Quem ficar meio sem entender por não lembrar do filme e quiser relembrar a infância, achei um site que conta toda a história. Se não se importar do site ser meio brega, clique aqui e volte no tempo.
P.S.2: Outra dica que dou é este post sobre os filmes ótimos do ano de 1999.
Menina, que preguiça de comentar! Mas eu adorei o post e entrei no site, li toda a estória (que está bem resumida, não sei se valeu a pena) 😡
Ah, troço idiota, não era uma carinha de raiva que eu queria botar ali! era só : x
Então, já que estou aqui mesmo… deixo registrado o que acabei de te dizer no msn, Laurette:
o tema pode até ser clichê, mas a abordagem do seu texto foi ótima, nada clichê, never!, beijos.
hahuhauahuah que gracinha. Post inspirado em Tarzã e Fofinha =]
Adoro Tarzan e Pocahontas, os dois mostram a fragilidade dessa linha que nós, humanos, civilizados, tecnológicos, criamos ao redor de nós mesmos para nos distanciar dos animais, outros seres vivos e até mesmo de humanos que julgamos diferentes.
Obrigada pela indicação do post. Adorei o seu.
Beijos
ai, eu AMO tarzan. ao lado de rei leão , é um dos meus prediletos. A parte do ” não homem como você” é MUITO foda. arrepio só de lembrar.
não tem muito mais coisa a ser dita. e eu morro de vontade de levar o fugere urben a sério.
Se todo mundo aprendesse as lições dos desenhos animados, a gente viveria num mundo melhor (?).
Eu não queria levar o fugere urben a sério não, foi mal.
Amo a poluição paulistana! (L)
aaaaaaain, gente! esse filme é lindo mesmo!
E yo, tendo aulas sobre sociedades indígenas, já pensei várias vezes nisso aí, mas fiquei com um pouco de preguiça de me revoltar (apesar de concordar totalmente :D)
e se não fosse pelos insetos, ausência de paçoca e inexistência de banho quente, fugere urben, aí (ia) eu!
ps: adoro quando você põe links no meio do texto assim!